quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Mãos Brancas

Preciso que saiba
Foi paixão a perder de vista
Desde que meus olhos encontraram suas mãos
E desde então elas não saem de meus pensamentos
Sendo assim escrevo pra elas, por elas
Escrever para que saibam que os meus pensamentos
Agora moram em sua palma
Escrever para que cheguem da forma mais linda
e assim estas minhas palavras possam encontrar seus olhos
Pois para mim não há injustiça maior neste mundo
de que destinar seus sentimentos na forma de poesia
a alguém que não sabe que foi escolhido..
Por isso te escrevo mão, para que saiba da paixão
Da paixão que carrego por ti
São suas mãos, mãos que se movem com sutileza tamanha
E que se iguala a borboletas em seu vôo flutuante
E que possuem uma expressividade incomum
È ponte que liga a sua poesia a mim
Suas mãos..
Mãos que escrevem, que constroem
Mãos que criam, que ajudam
Mãos que aquecem, que alimentam
Mãos que confortam, que afagam
Mãos que guiam, que acariciam
Mãos, suas mãos..

Desconexo

Tem dias que a gente acorda
E tudo esta de cabeça pra baixo
Uma bagunça só..
È que as coisas de vez em quando
Tendem a sair da linha, perder o prumo
E tudo o que conseguimos ver é nada
É como se os pedaços do corpo da gente
Ficassem fora de esquadro, saíssem do limite
E quando a coisa se desalinha
O mundo fica mais friu, mais duro
Difícil de ser entendido
A paciência foge e nos tornamos mais intolerantes
E quando apenas o que se deseja é ser escutado
Quando tudo o que se deseja é ser compreendido
Os ouvidos caem e tudo o que se escuta é nada
É mudo..
E o mundo passa a girar ao contrário
È que quando as coisas não vão bem
A gente sente que nada vai pra frente
Aí é quando o corpo dói e não descola da cama
E quando a alma chora mais não desgruda do chão.

Galo Galinha Canário

O relógio do galo galinha
Que grita no fundo da janela
Ta é descompassado
O bichinho tá com o fuso atrapalhado
È de manha, de tarde ou anoitinha
Não tem hora pro bicho torna a cantá
Cocorococó
Não para de Gritar
Cocorococó
Dá meia noite e o bicho tá lá
O galo que ninguém sabe o que é
Acabou que pela cantoria foi apelidado
E virou o Galo Galinha Canário
E desse galo que ninguém sabe ao certo
O senhor da cantoria que não marca horário
Acabou sendo confundido com o pobre de um canário
Mais eita bicho danado pra cantá
Mais que vive de canta sem horário.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O sonhá de Joana

O sonho que a gente sonha vem cheio de escuridão
Bota a Joana na roda pra brincar
Que o Brasil tá cheio de gente surda
Mais meu sonho ainda tá aqui
Guardadinho no meu pote de soluções
Sonha neguinha, Sonha
Hoje por aqui anda difícil até pra sonhá
E o Brasil anda cheio de gente suja
Gente broca que nem sabê sabe cantá
Eita medo, medo na falta de direção
Quanta criança sem sonho meu senhô
Quanta Joana chorando sem leite
Quanta Joana que não deixa de sonhá
Mais segue seu sonho meu Brasil
Vem pra tirar a Joana da roda
Vem botar a Joana pra trabalhar.

O ultimo desejo

Então diga o que você necessita
Pois eu só preciso de uma prece
Deu uma pequena e breve oração
Que me alimente o espírito
Que me afaste a crueldade, a razão
Para que não caia a mascara da paz alcançável
Para que se mantenha toda ilusão
Quero Luz, me dê luz, eu te peço!
Me dê ilusões luminosas, reluzentes
Quero embebedar meu espírito
Mergulhar nesse balde de lama
Ore por mim, peça por mim
Pois o que tinha para ser descoberto
Já encontraram e não resta nada além de mim
Para ser achado, usado, para ser sugado
E sempre, por todo sempre
Ore por mim, pela tristeza que me invade
Pois envolto a mim só enxergo mediocridade.

Falta

Ando sentindo falta
Falta nas tarde quentes
Falta nas tardes frias
Do branco do teu sorriso
Do som das tuas palavras
Quantas palavras..
Quanta falta me faz
Sinto sentindo a falta
Falta do seu apego
Falta do vinho seco
Do seu jeito me olhar
Dos seus carinhos na hora de amar
E é a falta que me acompanha
Seja dia de sol e seja noite de luar
Quanta falta, falta
Das suas mãos bonitas
Da sua pele lisa
Do gosto doce de beijar
E quando sinto a falta
A falta me faz escrever
A através desses versos bobos
Só faço lembrar você
E a Falta que faz o tempo
Pro tempo levar o tempo
E peço ao senhor dos ventos
Levar a falta e trazer você.

sábado, 4 de setembro de 2010

Deixa

Vou derramar todas as lagrimas
Deixar que caíam de mim
E nenhuma delas vai ser esquecida
Nenhuma será enxugada
Eu vou guardar toda saudade
Eu vou trancar minha vontade
E me esquecer do que passou
Já me cansei de sua tolice
Já solucei na cama triste
Já me afoguei em desamor
Deixa, eu vou sair da sua vida
E vou sorrir por sua escolha
E me esquecer do seu amor
E quando o remorso chegar
Vou te esperar aqui
Te receber com braços abertos
Sorrir por teu regresso
Mais não terá de mim uma só gota de amor.